Por Josivan Barbosa
Está aberta a temporada de caça aos presidenciáveis. Vários setores da sociedade se mobilizam para apresentar suas ideias, obter ou negociar compromissos com os presidenciáveis. Na conjuntura atual, há pouca chance de a educação se tornar um tema central na pauta dos candidatos e, menos ainda, do futuro presidente.
Os programas de educação dos partidos políticos nunca tiveram qualquer relevância, quer para o país quer para guiar as ações dos governantes eleitos pelas várias siglas. Os partidos estão em baixa, todos os candidatos precisarão fazer compromissos para se eleger e governar.
Primeiro, seria interessante saber o que os candidatos pensam a respeito da relação entre educação e desenvolvimento, ou seja, se eles enxergam a educação como investimento na formação do capital humano e, por consequência, em produtividade.
Tipicamente, os políticos tratam a educação como uma política social, mas legislam em função de pressões corporativas. Já os cidadãos e educadores se preocupam com os benefícios da educação para os indivíduos, mas não com a eficiência e a produtividade.
Educação e as eleições para presidente 2
As baixas taxas de retorno começam a desencorajar os jovens a concluir o ensino médio. As decisões sobre política educacional têm sido divorciadas das grandes decisões econômicas e das decisões sobre desenvolvimento econômico, produtividade, ciência, tecnologia e inovação. Quais são os planos dos candidatos para colocar a educação no centro da agenda do desenvolvimento do país? Que políticas, instituições e instrumentos pretendem mobilizar?
Existem três grandes grupos da população sistematicamente ignorados ou marginalmente atingidos por políticas setoriais isoladas ou emergenciais. O país – especialmente sua população mais pobre – carece de políticas integradas focadas na Primeira Infância, Terceira Idade e Juventude. Na Primeira Infância, trata-se sobretudo de prevenir danos e assegurar condições adequadas ao desenvolvimento das crianças – comprovadamente, o investimento mais essencial e potencialmente rentável que um país pode fazer. Creches e programas como o Criança Feliz são apenas fragmentos de uma necessária Política de Primeira Infância.
Turismo
A entrada de turistas estrangeiros no Brasil aumentou 8% no primeiro semestre em comparação com igual período de 2017, segundo números preliminares compilados pelo Ministério do Turismo. Se esse ritmo de crescimento continuar nos próximos meses, a marca de 7 milhões de visitantes do exterior chegando ao país poderá ser atingida pela primeira vez na história, superando o fluxo registrado em anos de megaeventos esportivos no país – a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio em 2016.
No ano passado, o número de visitantes estrangeiros no Brasil ficou em 6,6 milhões. O Plano Nacional de Turismo tem como meta um volume de 12 milhões de turistas em 2022, gerando US$ 19 bilhões em divisas – pouco mais de três vezes o valor atual.
Vamos analisar as propostas dos candidatos no sentido do Estado melhorar a sua infraestrutura e captar parte desse incremento que está acontecendo no país e não deixar que apenas o vizinho Ceará se beneficie.
Censo agropecuário
A crescente tecnificação do campo anda em velocidade bem maior do que a educação dos produtores rurais, um reflexo do Brasil atrasado. Cerca de 16,5% deles afirmaram nunca ter frequentado uma escola, enquanto que 79% não foram além do ensino fundamental e 23,1% não sabem ler e escrever.
O abandono do campo pelos mais jovens reforça o peso do Brasil arcaico nas propriedades rurais. Despencou o número de pessoas com até 35 anos, enquanto que o contingente de pessoas acima dos 45 anos compõe hoje dois terços dos produtores.
Aldo Rebelo
Aldo Rebelo, pré-candidato a Presidente da República pelo Solidariedade, com uma campanha estruturada no contato com sindicatos e outras representações de trabalhadores e empresários, está hoje no que seria o primeiro lugar entre as opções de candidato a vice-presidente na chapa do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB). Não foi a primeira vez que o ex-presidente da Câmara e ex-ministro de Lula e de Dilma, em quatro pastas diferentes, liderou esse ranking, com apoio de todos os partidos do Centrão. Mas agora deve ser o momento em que a opção por ele ficou mais perto de definir-se.
Pois o empresário mineiro Josué Alencar não será candidato a vice-presidente na chapa de Alckmin, como pareceu uma realidade concreta na movimentação recente de ambos os personagens.
Há dois dias, antes mesmo do encontro do empresário mineiro com o ex-governador, em São Paulo, para o que seria a negociação da vice, Aldo já devia estar vivendo um alerta de sobreaviso. Os escolados políticos do Centrão já sabiam, desde o fim de semana, o que o PT inteiro estava também cansado de saber: Josué não teria a menor condição de abandonar suas ligações com Lula, Fernando Pimentel e o PT para ficar ao lado dos principais adversários históricos de todos eles. E Alckmin não teria condições de abandonar o PSDB mineiro para ficar com Josué.
Álvaro Dias
A pretensão eleitoral de Álvaro Dias (Podemos) é vista no meio político como um entrave para o crescimento de Geraldo Alckmin (PSDB) na região sul do país. O senador costuma marcar algo entre 3% e 5% das intenções de voto em todo o país. Mas com preferência altamente concentrada no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Conforme o cenário testado, ele chega a cerca de 15% das intenções de voto nos três Estados.
Dessa forma, sem capilaridade no resto do país, a possibilidade dele não ser candidato é real. Vamos aguardar o desenrolar do jogo político na próxima semana.
Imposto sindical
O imposto sindical, que rendia R$ 3,5 bilhões por ano para 16 mil entidades de empregados e de empregadores, caiu a 10% desse valor em 2018, quando o pagamento se tornou opcional por dispositivo apresentado pelo deputado do PSDB, Rogério Marinho (RN), e aprovado com amplo apoio do partido na reforma trabalhista.
Integrante do Centrão, formado por DEM, PP, PRB e PR, o deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade e da Força Sindical (do qual está licenciado), só aceitou apoiar Alckmin após o tucano prometer defender uma nova forma de contribuição dos trabalhadores para manutenção dos sindicatos.
Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)
Professor Josivan, me corrija se eu estiver errada. Dou uma grande importância às Escolas Técnicas. Retorno mais rápido ao aluno em gabarito profissional.
Se presencial tá como tá; imagine a distancia.
Lembra muito o IUB, Instituto Universal Brasileiro.