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domingo - 04/12/2016 - 12:20h

A lama do fundo do poço

Por Carlos Duarte

Em entrevista a uma emissora de rádio local, o diretor do Samu de Mossoró, Gilliano Carlos, denuncia que o Governo do Estado não repassa para Mossoró os recursos necessários para a manutenção do serviço. Segundo Gilliano, os repasses de verbas federais não são suficientes para cobrirem as despesas operacionais do Samu.

Tudo isso sobrecarrega a Prefeitura de Mossoró – que completa o déficit com recursos que poderiam estar beneficiando a população mossoroense em outras áreas. Ou seja, a PMM cobre um santo para descobrir outro.

Essa prática se repete em outros segmentos da administração pública local, como, por exemplo, na Segurança Pública.

Então, por que o prefeito Francisco José Júnior (PSD), que era aliado de primeira hora do governador Robinson Faria, não usou de sua influencia para minimizar esse e outros problemas igualmente importantes para a população?

Por que ele nunca veio a público, com contundência, denunciar e cobrar o seu governador aliado? Quando sua relação política com o governador ficou esgarçada, começou a resmungar e a lamentar comedidamente a situação.

Mas, seja por qual motivo dessa conivência e conveniência, o que fica claro é que, na política, o que importa são os interesses particulares de cada governante ou parlamentar, em detrimento do bem-estar da sociedade.

O objetivo principal é a própria sobrevivência de cada um deles e seus projetos de permanência no poder.

Isso nos remete às breves associações comparativas.

Com eleições a cada dois anos, não sobra tempo para que se dediquem à administração pública ou para projetos sustentáveis que visem o desenvolvimento. Na prática, promovem o escambo de cargos e favorecimentos mútuos, que corroem as contas públicas de modo progressivo.

Prevalecem a egolatria e as ostentações pessoais. O modus operandi é o mesmo de sempre, em todos os níveis de poderes.

A Câmara Municipal, que deveria fiscalizar, defender bravamente a população e denunciar tais fatos, a outras instâncias competentes, também envolvida com os mesmos interesses pessoais, prefere ficar silente, conivente e subserviente. Quando muito, a minoria aproveita o espaço midiático para esbravejar sobre alguns pontos que lhes são convenientes.

Ministério Público e Justiça esperam, em seus confortáveis gabinetes, as provocações e, às vezes, com a letargia peculiar de sempre, apresentam alguns espasmos de providências. Aqui e ali, parecem estar vivos e atentos.

A sociedade, por sua vez, desorganizada e despolitizada, acha que alguém precisa agir para defendê-la e a seus verdadeiros interesses. Não sabe a força que tem. Por isso, não é estranho testemunharmos sob nossos pés a lama do fundo do poço.

SECOS E MOLHADOS

Reforma – O presidente Michel Temer (PMDB) quer mandar para o Congresso, até terça-feira (06), a reforma da Previdência Social. A ideia é que a discussão tome conta dos noticiários e consiga abafar alguns efeitos negativos da bombástica delação premiada dos executivos da Odebrecht. Quer aprovar até junho de 2017. O conteúdo da proposta é o que menos importa, neste momento.

Pelo mundoA cada dois dias, um deputado federal decola para o exterior com todas as despesas pagas pelo contribuinte brasileiro. É o que diz um levantamento feito pela Folha de São Paulo, a partir de dados oficiais da própria Câmara de Deputados. As justificativas para as “missões oficiais” aos 69 países visitados são as mais variadas possíveis. A rota preferida por “Vossas Excelências” são: Suíça, França e Estados Unidos. Será que a PEC 241/55 vai também conter esses gastos?

Autofagia – São graves as acusações que o procurador da Câmara Municipal de Mossoró, Kennedy Salvador (veja AQUI), faz aos vereadores. Trata-os, de modo generalizado, como “corja, urubus do dinheiro publico, incompetentes, caras-de-pau, corruptos, gentalhas, sem formação profissional ou moral…”, entre outros despautérios. O confronto está lançado de ambas as partes e a autofagia parece inevitável. Cabem às autoridades competentes apurarem as verdades dos fatos e darem esclarecimentos aos cidadãos mossoroenses. De modo rápido e sem a letargia da Operação Sal Grosso.

Adiamento – O Dnit adiou, mais uma vez, o término da obra de 26 km de duplicação da BR 304, no trecho da reta Tabajara. Agora, talvez, seja ao final de 2018. Ainda não é garantido que o governador Robinson Faria (PSD) sequer consiga inaugurá-la. A perspectiva de vermos a duplicação do trecho Mossoró-Natal supera os vinte anos. É o RN entregue à própria sorte.

* Veja AQUI a coluna anterior.

Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. João Claudio diz:

    A câmara municipal de Mossoró tá toda cagada e tudo leva a crer que não há cristão no mundo que limpe a bosta.

    Mais: já estou providenciando uma cartinha para o Papa solicitando excomungar o vereador ou vereadora que pendurar faixa na varanda da câmara com aquela frase ridícula ”O vereador ¨¨¨¨¨ com paz e alegria Saúda Santa Luzia”.

    Tenham vergonha e respeito, cabras e ”cabros”.

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