• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 09/04/2017 - 17:42h

A realidade e a metodologia num RN entregue à violência

Por Carlos Duarte

Na semana passada o “governo da Segurança”, Robinson Faria (PSD), divulgou uma nota contestando a metodologia de uma pesquisa internacional, divulgada pela ONG Mexicana Conselho Cidadão para a Segurança e Justiça Penal. O estudo aponta que Natal é a 10ª cidade mais violenta do mundo, com 69,56 homicídios para um grupo de 100 mil habitantes, em 2016.

Independentemente da metodologia adotada, o fato é que os índices revelados são sempre crescentes e compatíveis com a realidade de zonas de guerras e grandes conflitos internacionais.

Em Mossoró, o índice de homicídios (homicídios/grupo de 100 mil habitantes) é ainda bem maior do que os registrados em Natal. A nota do governo do RN expõe o que todos já sabem: as medidas são pontuais, inconsistentes e estão longe de coibirem os crescimentos da violência no estado.

O crime de violência é uma epidemia do mal que se alastra com celeridade e precisa de antídotos urgentes e eficazes para combatê-lo à altura. Não dá para ficar esperando por resultados de ações paliativas e mal coordenadas por gestores públicos medíocres – que, por incompetência, acabam fomentando o crime, com riscos de tornarem-se, involuntariamente, “criminosos passivos”.

A cada instante e em qualquer lugar, o cidadão de bem é roubado, assaltado, violentado ou assassinado por criminosos que agem à vontade, sem a devida repressão dos órgãos de segurança do Estado. Até quando a sociedade irá aguentar esse descaso?

SECOS & MOLHADOS

Decisão – A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desobriga a administração pública pelo pagamento de eventuais dívidas trabalhistas de empresas terceirizadas contratadas por órgãos públicos. Essa decisão do STF tem repercussão geral e, a partir de agora, terá que ser seguida por todas as instâncias da Justiça. Atualmente, tramitam mais de 108 mil ações sobre esse tema. Caso o poder público viesse a ser responsabilizado pelas dívidas trabalhistas de terceirizadas, o prejuízo para o erário público poderia ser superior a R$ 870 milhões.

Cultura – A prefeita Rosalba Ciarlini acertou em cheio na escolha do novo secretário de Cultura de Mossoró. O arquiteto Eduardo Falcão é um profissional muito qualificado, atualizado, bem intencionado e conhecedor dos bastidores da administração pública. Boa sorte e sucessos nessa nova jornada!

Homicídios – Nos 92 primeiros dias deste ano, o Rio Grande do Norte já contabiliza 622 assassinatos. Um aumento de 28,78%, comparando-se com igual período de 2016. Ou seja, no RN 6,76 pessoas são assassinadas, por dia.

Inflação – A crise de demanda no País empurrou a inflação para baixo. Neste 1º trimestre de 2017, o IPCA (índice que mede a inflação) subiu 0,96%. O menor índice registrado da série histórica, desde 1994, para o período. Com o desemprego em alta e a renda em queda, o consumo está retraído. As pessoas só compram, apenas, o essencial – quando dá para comprar.

Varejo – Um estudo do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) aponta que a liberação dos saques das contas inativas do FGTS terá impacto mínimo nas vendas do varejo. A tendência é que o dinheiro seja direcionado para o pagamento de dívidas. Aliás, as perspectivas do Ibevar não são nada otimistas. A previsão é de que a queda real nas vendas do varejo, em 2017, possam atingir 7%, em comparação a 2016. Os consumidores revelaram que 22,5% de seus orçamentos estão comprometimento com dívidas assumidas no passado. Apenas 7,8% do orçamento irão sobrar para possíveis intenções de compras, a partir do segundo semestre de 2017.

MCJ – É sensata atitude da prefeita Rosalba Ciarlini para o encolhimento do Mossoró Cidade Junina (MCJ) de 2017. O MCJ precisa ser planejado com, pelo menos, um ano de antecedência. A prefeita tem pouco mais de 100 dias e não terá mais tempo para isso. Fará um evento pequeno, porém, dentro da atual realidade financeira e orçamentária do município. Depois, terá tempo para planejar um evento autossustentável para os próximos anos.

Cultura – A cultura de Mossoró tem que ser repensada além do eixo cultural da Avenida Rio Branco.

Turismo – Fala-se muito no polo turístico da Costa Branca. Mas,  sobrea ponte de ligação dos municípios de Grossos-Areia Branca, importante para a integração do projeto, ninguém mais fala sobre o assunto. Silêncio total.

Aeroporto – Mais um adiamento na data de início dos voos comerciais da Azul. Agora, a data é 12 de junho. Véspera de Santo Antônio. Sem vontade política, nem com promessas ao santo milagreiro, acontecerá o milagre.

100 dias – A prefeita Rosalba Ciarlini completa o ciclo de cem dias de seu atual governo sem ter o que mostrar à população. Pelas tímidas ações e estratégias implementadas, até o momento, certamente não terá o que mostrar, sequer, ao final deste ano. Quem sabe, em 2018? Tomara que não repita o ciclo desastroso quando foi governadora do RN. Aguardemos.

Veja AQUI a coluna anterior.

Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa

Compartilhe:
Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Augusto Ribeiro diz:

    Pela ordem:
    1) O Governo do Estado a cada dia se perde mais no combate à violência. Nada faz e só justifica-se; o nosso Rio Grande do Norte é sem dúvida alguma o Estado mais violento do Brasil;
    2) Alexandre de Morais já está pagando a escolha para o STF! As poucas manifestações suas são sempre a favor dos ditames do (des)governo;
    3) A escolha do arquiteto Eduardo falcão, pode até ter sido correta, mais dizer que ele conhece os “bastidores da administração” é forçar muito a barra. Ele pode conhecer muito as “futricas” dos intramuros. Isso sim…
    4) Sobre o aeroporto, nenhuma novidade…Todos, nós e as torcidas de Potiguar e Baraúnas sabiam , que nada aconteceria…
    5) E finalmente, sobre os 100 dias. Que 100 dias??? Todos os dias dos próximos 4 anos serão assim. Ou seja nada…

  2. paulo martins diz:

    “Eixo cultural” da Avenida Rio Branco? E existe isso? Desde quando o frívolo é cultura?
    O que se promove na avenida Rio Branco, de fato, é entretenimento – algo absolutamente distinto de produção cultural. Mas nesta confusão conceitual, Mossoró não está sozinha. Espetaculosa que é, Natal lhe faz má companhia.
    Barzinho, música ao vivo (não propriamente movimento musical) e gastronomia “da hora” até podem atender em parte à demanda turística, vá lá que seja, mas não deixam efetivamente nenhum resíduo cultural às próximas gerações.

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2024. Todos os Direitos Reservados.