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quinta-feira - 20/10/2016 - 23:14h
Campanha

Doações a Henrique em 2014 passam a ser investigadas no RN

Do G1

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o envio para a Justiça Federal do Rio Grande do Norte de inquérito aberto contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o empresário José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS.

Os documentos da apuração, que aponta suposto recebimento de propina disfarçada de doação de campanha, foram remetidos nesta quinta-feira (20) ao Rio Grande do Norte.

Eduardo Cunha e Henrique Alves na mira de investigações de Janot (Foto: Luís Macedo)

O pedido de investigação chegou ao Supremo em sigilo no mês de maio. O inquérito foi aberto, mas retirado do âmbito da Operação Lava Jato por não se referir diretamente ao esquema de desvios na Petrobras.

Eduardo Cunha e Henrique Alves são investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e Léo Pinheiro por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Conversas interceptadas

Segundo a Procuradoria Geral da República, conversas interceptadas no celular de Léo Pinheiro mostraram uma conversa em que Cunha e o empresário falavam sobre votações de interesse da empreiteira . Depois, o parlamentar aparece cobrando doações oficiais da OAS para campanha de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014.

As informações foram enviadas para o Rio Grande do Norte em razão da cassação de Eduardo Cunha, que, com isso, perdeu o foro privilegiado, e porque as suspeitas apontadas na apuração ocorreram naquele estado.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, citou no pedido de investigação “centenas de mensagens trocadas entre Léo Pinheiro e Eduardo Cunha, apreendidas no celular daquele, o que demonstra, nitidamente, a relação espúria entre o empreiteiro e o atual presidente da Câmara dos Deputados”.

Relação espúria

“Havia, inclusive, doações rotineiras – a demonstrar a estabilidade da relação espúria – e doações extraordinárias. Da mesma forma, verificou-se não apenas a participação de Henrique Alves nesses favores, como também o recebimento de parcela das vantagens indevidas, também disfarçada de ‘doações oficiais'”, afirmou o procurador.

Janot citou cobrança de Eduardo Cunha à OAS para campanha de Henrique Eduardo Alves e apontou atuação de Alves para que houvesse a destinação de recursos, oriundos da Petrobras.

“Houve, inclusive, atuação do próprio Henrique Eduardo Alves para que houvesse essa destinação de recursos, vinculada à contraprestação de serviços que ditos políticos realizavam em benefício da OAS. Tais montantes (ou, ao menos, parte deles), por outro lado, adviriam do esquema criminoso montado na Petrobras e que é objeto do Caso Lava Jato, o que demanda a correlata análise do caso”, disse Janot, em maio.

Doação para campanha de Henrique

O procurador destacou que em uma das mensagens, em 2014, Eduardo Cunha pediu doação para o comitê estadual do PMDB no Rio Grande do Norte e afirmou que, no dia seguinte, “25 de julho de 2014, houve doação de R$ 500 mil, feita pela Construtora OAS, para a campanha de Henrique Eduardo Alves ao governo do Rio Grande do Norte”.

O procurador narrou que há uma “relação de simbiose” entre Cunha e a OAS.

“De fato, a partir de mensagens extraídas do celular do Presidente da OAS, Léo Pinheiro, foi possível verificar que Eduardo Cunha e as empreiteiras estabeleceram relação de simbiose, isto é, verdadeira troca de benefícios, em que um atendia aos interesses do outro, mediante retribuições financeiras”, disse Janot no pedido de investigação.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    “O pedido de investigação chegou ao Supremo em sigilo no mês de maio.”
    Então este foi o tempo necessário para que o inquérito aberto contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o empresário José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, fosse enviado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) para a Justiça Federal do Rio Grande do Norte? Cinco meses para encaminhar um processo.
    Na pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas em 2009 a justiça alcançou apenas 5,6 de confiabilidade.
    E hoje? Qual o grau de confiança do brasileiro na justiça?
    Hoje é de 4.5 o grau do Índice de Confiança na Justiça na pesquisa realizada pela mesma FGV no segundo semestre de 2015. Portanto muito mais assustador.
    E a continuar a justiça com esta lentidão, a cada pesquisa realizada o ICJ cairá ainda mais. Quem tem conhecimento que os recursos SAL GROSSO, recursos que há anos aguardam julgamento no TJRN, que grau dará ao ICJ sendo sabedor que a demora no julgamento destes recursos está permitindo a que condenados a mais de 7 anos de cadeia continuem exercendo cargo eletivo, inclusive disputando reeleição, votando leis e aprovando orçamento? E quando todos são informados que estes mesmos condenados ainda pressionam o governo do RN e a Prefeitura de Mossoró a fazerem doações para abrilhantar festa religiosa, mesmo tendo pleno conhecimento que os salários dos funcionários estão atrasados; que nota ao ICJ o povo dará quando pesquisado?
    O maior problema da justiça brasileira é a morosidade. Morosidade que irrita a todos e leva a uma descrença generalizada na justiça. Em seguida os casos de venda de sentenças que diariamente são divulgados na mídia e que causam estarrecimento no cidadão comum.
    Um inquérito para ser encaminhado levar cinco meses e os recursos SAL GROSSO aguardarem julgamento há anos certamente terão como consequência uma nova queda no ICJ. E se a isto for somado os salários absurdos auferidos por alguns desembargadores, conforme a imprensa noticia com base nos próprios portais dos Tribunais de Justiça, salários que ultrapassam os 200 mil reais mensais, a queda será ainda maior.
    Tornar-se uma justiça mais rápida, redução dos salários estratosféricos a níveis civilizados e punição mais rigorosa aos que cometerem desvios de conduta no exercício da magistratura são medidas que se fazem necessárias para que o ICJ melhore.
    ///////////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS A QUALQUER INSTANTE. AGUARDEM!

  2. João Claudio diz:

    Olha a Lava Jato ai geeeeente!!!

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