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domingo - 26/08/2018 - 05:16h

Em busca de Dorian

Por Esdras Marchezan

Há 13 anos, Mossoró despedia-se de um de seus maiores jornalistas. Morria Dorian Jorge Freire.

Maior expoente até hoje da imprensa mossoroense, com passagem pelos jornais O Mossoroense (RN), Última Hora (SP), Diário Carioca, Brasil, Urgente, Revista Escola (SP), Revista Realidade (SP), Diário de Natal (RN), Tribuna do Norte (RN) e Gazeta do Oeste (RN), é considerado um de nossos maiores cronistas.

Mas Dorian é muito maior que suas crônicas, iniciadas em 1948, nas páginas de O Mossoroense, sob a bênção do pai Jorge Freire e de Lauro da Escóssia.

A trajetória de Dorian na imprensa paulista, principalmente no Última Hora, de Samuel Wainer, e no ousado Brasil, Urgente, inserem ele no rol dos grandes nomes da nossa imprensa.

Iniciado como estagiário na redação paulista do jornal de Wainer, em alguns anos, Dorian ganhou espaço na cobertura política, chegando a assinar a principal coluna da editoria “Revista dos Jornais”. Suas opiniões eram repercutidas fortemente na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Na “Última Hora” entrevistou personalidades e fez grandes e ilustres amizades, como Hilda Hist, Alceu Amoroso Lima, e Ignácio de Loyola Brandão, apenas para citar alguns. Foi repórter, chefe de redação e articulista dos melhores.

No Brasil, Urgente, jornal combativo ligado à Igreja Católica, mostrou perseverança e coragem ao enfrentar o sistema político de então, com um periódico mantido praticamente por seus leitores. Não resistiu ao golpe de 64.

No Rio Grande do Norte, foi responsável pela modernização das redações do Diário de Natal e Tribuna do Norte. Regressando a Mossoró, em 1975, após concluir o bacharelado de Direito, em São Paulo, lidera uma das retomadas históricas de “O Mossoroense”, implementando muito do modernismo vivenciado no jornalismo paulista.

Traído pela saúde, como tantos de nós seremos ainda, dedica-se à escrita da crônica diária, prática que manteve até os seus últimos dias, mesmo com um dedo somente a bater nas teclas da máquina de escrever.

No ano passado, junto aos estudantes Marcos Leonel, Leonora Sales e Fernando Nícolas, dei início a um projeto de pesquisa com o objetivo de contar a história deste jornalista tão importante para a história da imprensa potiguar.

Os primeiros resultados serão apresentados em breve, e a pesquisa seguirá durante este ano, com apoio do amigo Clauder Arcando.

Não é justo deixarmos a nossa história à mercê das traças. É preciso resgatar e contar aos mais novos quem foi Dorian Jorge Freire, e toda sua grandeza para a imprensa potiguar.

Viva, Dorian!

Esdras Marchezan é jornalista e professor e subchefe de Gabinete da Universidade do Estado do RN (UERN)

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. François Silvestre diz:

    Viva! Belo texto sobre um símbolo da beleza humana. Dorian Jorge Freire!!!…

  2. ANTONIO DE FARIAS CAPISTRANO diz:

    UM DOS DESCASOS COM A NOSSA MEMÓRIA FOI PERMITIREM A DEMOLIÇÃO DA CASA ONDE MOROU DORIAN E O ESFACELAMENTO DA SUA PRECIOSA BIBLIOTECA. ALI ERA PARA TER SIDO TRANSFORMADO EM UMA FUNDAÇÃO. FUNDAÇÃO CULTURAL DORIAN JORGE FREIRE. SERIA UM PONTO DE REFERÊNCIA PARA OS VISITANTES. DORIAN, CRONISTA DE PRIMEIRA LINHA, JORNALISTA BRILHANTE, TEXTO AGRADABILÍSSIMO DE SE LÊ, UM INTELECTUAL RECONHECIDO NA IMPRENSA NACIONAL. NO JORNAL ÚLTIMA HORA E NA REVISTA REALIDADE, NOS JORNAIS DA CAPITAL DO NOSSO ESTADO E NA IMPRENSA MOSSOROENSE. SAUDADE DO VELHO ESCRIBA, DAS SUAS CONVERSAS E DA SUA COLUNA NOS JORNAIS AQUI DO ESTADO. VEZ POR OUTRA RELEIO O SEU LIVRO OS DIAS DE DOMINGO, UM EXCELENTE LIVRO DE CRÔNICAS.

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