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domingo - 10/09/2017 - 06:52h

Independência, um sonho a ser alcançado

Por Gutemberg Dias

No dia 7 de setembro parte dos munícipios brasileiros e mais o Distrito Federal comemoraram o dia da Independência do Brasil com a apresentação do desfile cívico-militar. Vale ressaltar que reduzido em número de participantes, tanto daqueles que desfilaram como dos que foram para assistir.

Já participei várias vezes desses desfiles, principalmente, na infância quando ainda o regime militar mantinha o controle rígido desse ato. Lembro da ansiedade de ir às ruas e fazer a marcha bem feita para que não fosse recriminado pelas professoras. Estava ali porque era obrigado e sem saber efetivamente qual o propósito. Era a época da escola sem partido!?

Hoje talvez não seja muito diferente. Tenho a certeza que muitos que fazem parte desse cortejo estão presentes devido o chamamento da escola que por outro lado é chamada pela gestão municipal a se fazer presente. E qual é o sentimento de cada jovem daquele? Será que o propósito da Independência está assentada nos seus corações?

Depois dos quarenta e poucos anos de vida, tenho a convicção que a Independência é um sonho a ser alcançado. Basta vermos que desde o famoso Grito do Ipiranga dado por D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822,  que estamos lutando por ela. D. Pedro I ao exclamar “Independência ou morte” entrou para a história, mas o nosso Brasil quanto ao uso real da palavra ainda não conseguiu se ver na fala do imperador.

Não consigo ver Independência, pois quando fazemos uma análise da construção do estado brasileiro o que mais vemos são golpes dados nos momentos que o Brasil procura ser independente. Desde a Proclamação da Independência que toda vez que o país se prepara para ser protagonista no cenário mundial, alguém em nome do Brasil toma o poder do povo. Será que isso é independência?

Não vejo Independência quando a maior parte do povo desse país não tem acesso a uma educação ou uma saúde de qualidade. Parece besteira, mas a dependência vem a tona nos momentos de precisão quando muitos que fazem a política usam o poder de acesso aos equipamentos para amarrar o cidadão a seus projetos, que, por vezes, são sórdidos. Onde está o povo independente?

Que Independência é essa onde o cidadão não pode se quer caminhar sem ter medo de ser assaltado pelas ruas de seu bairro? São coisas assim que mostram que não atingirmos nossa plenitude de liberdade. Ainda estamos subjugados a algo que D. Pedro I não foi capaz, no ato de seu grito, de proporcionar ao povo brasileiro.

Olhar para a corrupção que assola esse país, consumindo todos os poderes (judiciário, legislativo e executivo – em letras minúsculas, sim) que por regra deveriam resguardar o Estado brasileiro, não é algo comum e, sobretudo, não condiz com uma nação independente.

Acredito que chegou a hora de ser dado um novo Grito do Ipiranga. Dessa vez, quem deve dar é o povo brasileiro sem ter medo do amanhã. Conviver com tudo que está acontecendo nesse Brasil não pode ser projeto desse povo e, sem pestanejar, as ruas precisam ecoar o grito da Independência que, lá em 1822, D. Pedro I “ensaiou” às margens do Riacho Ipiranga.

Acredito que o brasileiro é um povo lutador. Mas, parece que anda meio entorpecido com tudo que anda acontecendo. Termino esse texto citando Vandré  que diz: “vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

O Brasil Independente só depende de nós!!!!

Gutemberg Dias é graduado em geografia, mestre em Ciências Naturais e empresário

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. jb diz:

    Alcançamos a independência política, quanto à independência cultural, econômica e tecnológica – devido ao nosso atraso educacional – ainda vai demorar e MUITO! A propósito de independência tecnológica lembrei disto:”DINHEIRO, RIQUEZAS E TECNOLOGIA

    //www.eng.uerj.br/noticias/1252526040-Palestra+Proferida+Pelo+Professor+Weber+Figueiredo+na+II+Semana+de+Producao+Cientifica+e+Tecnologica+da+Faculdade+de+Engenharia+da+UERJ+em+21+de+Outubro+de+2004+

    No dia-a-dia no comércio mundial de mercadorias, em média, 1kg de soja custa US$ 0,25 (dez centavos de dólar), 1kg de automóvel custa US$ 10, isto é, 40 vezes mais, 1kg de aparelho eletrônico custa US$ 100, 1kg de avião custa US$ 1.000 (equivale a 4 mil quilos de soja) e 1kg de satélite custa US$ 50.000 (200 toneladas de soja). A produção de riquezas com maior conteúdo tecnológico agregado tem um custo maior porque a sua fabricação necessariamente gera mais e melhores empregos, enquanto que a extração de recursos naturais, fornecidos gratuitamente pela natureza, gera poucos e maus empregos. Esse exemplo é bom para ilustrar aquelas pessoas que pensam que só a agricultura e a exportação de recursos naturais farão o Brasil se desenvolver.”

  2. José diz:

    É triste ver que misturas independência com governabilidade, e personaliza a nação!
    É triste ler palavras tão distorcidas de uma pessoa com instrução, e que cospe no ato de independência do Brasil em prol de seu egoísmo, de ganhar proveito próprio em cima dos problemas da nação os trazendo para um debate que não os cabe!
    Se achas que o Brasil não é independente precisa rever seus conceitos sobre o que aprendeu sobre o dia 7 de setembro, que não é dia de analisar balança comercial ou de idolatrar partidos políticos, é o ato de amor pela nação, é um ato de celebrar soberania, povo é território! Não cabe mimimi político eleitoral neste dia! Respeite a nação!

  3. Ivanaldo Xavier diz:

    Desde a sua “descoberta” em 1500, por Pedro Álvares Cabral, o Brasil vem vivendo uma sucessão de golpes, considerando que o conceito de golpe seja a ruptura da legislação em vigor. Foram nada mais, nada menos que 10 golpes, o que resulta em um golpe a praticamente cada 50 anos. Que país aguenta tantos golpes sem atrasar o seu desenvolvimento e o desenvolvimente dos índices que demonstram o progresso da população?

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