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terça-feira - 01/08/2017 - 18:33h
Política e autocrítica

Lanternas na popa

Por François Silvestre

No Brasil, até os protestos perderam a credibilidade e o efeito. Não há mais “a voz rouca das ruas”. Há os ouvidos moucos de esperança.

Ninguém ouve. E na internet uma briga de foice, sem foice. Pois é facílimo ser valente a distância. E os moderados são chamados de covardes.

Nenhum dos lados, no Brasil de hoje, tem legitimidade histórica.

Muita retórica de chavões. Clichês da esquerda e escarros da direita.

Ambas são lanternas na popa, que só iluminam as ondas que já passaram. Segundo a lição de Samuel Taylor Coleridge.

Dessa máxima, Roberto Campos tirou o título de suas memórias, fazendo autocrítica.

Só a esquerda e a direita, no Brasil, não fazem autocrítica.

Fazem trampolinagem, com a lanterna da proa apagada.

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. François Silvestre diz:

    A máxima completa de Coleridge é: “A paixão cega nossos olhos, e a luz que a experiência nos dá é de uma lanterna na popa. Só ilumina as ondas que já passaram”.

  2. naide maria rosado de souza diz:

    Valha-me Deus, François Silvestre. …e a desesperança nos torna afônicos .

  3. João Claudio diz:

    SE alguém conseguir provar que em meus comentários eu já defendi Sarney, Collor, FHC, Lula ou Dilma, que atire uma pedra para fundar o meu quengo. Vá lá. Pesquise.

    Já escrevi aqui: a minha maior alegria é ver um camburão levar esse magote de safados para o xilindró.

    Quanto a lanterna do barco, François, as pilhas foram compradas no Camelódromo do Alecrim e a mesma deixou de funcionar. Não clareia mais nada. Tá tudo escuro. Um breu.

    O timoneiro já não sabe se singra sobre ondas ou sobre toras de carnaúbas.

    A tripulação, cheia de mé e ao sentir que o barco sobe e desce, só canta:

    ♫ Essa aí passou

    ♫ Essa aí passou

    ♫ Essa aí passou

  4. François Silvestre diz:

    Ao ser citado, devo responder. Você não defendeu Sarney, Collor, Lula nem Dilma. Tudo bem. Porém, entretanto mas porém, você nunca acusou Sarney ou Collor. Acusou Lula e Dilma, mas silenciou sobre Sarney e Collor. O nome disso é ativismo acusatório contra desafetos e omissão contra aliados. Não li qualquer comentário seu sobre Aécio Neves. O silêncio da aprovação? Não. Da omissão. Aécio é tão ladrão quanto Lula. E sobre Lula não há nenhum vídeo pedindo dinheiro a bandido e ameaçando de morte o primo portador da propina. Ou há? essa é a questão. Ou como disse a mulher do Faraó, após ele inutilmente perseguir Moisés, que matara seu filho: “Mostre o sangue de Moisés na sua espada e me cobre o que quiser. Se não, nenhum respeito lhe devo”.

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