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domingo - 23/10/2016 - 10:02h

Mil Novecentos e antigamente

Por Marcos Pinto

Na  escola  da  vida  não  dou  espaço  para  nenhum  tipo  de  pretensiosismo.  Daí, que  faço  minhas   a   sapiente  reflexão  do  nobre  amigo   Jornalista de  escol Carlos  Santos, diante  ataques  e  achaques  de  alguns  sacripantas:

– “…Prefiro  exercitar  a  tolerância  e  a  compaixão.  Ajudam-me  a  aplacar os  efeitos  da  má-fé  alheia  e  reconhecer  também  meus  limites”.

É  nesse  processo  de  estabelecer  limites  às  minhas   pretensões  provincianas, que   assalta-me  a  assertiva  de   que nosso  conhecimento e fortalecimento nada  mais  são  do  que  a  soma  de  toda experiência   vivida  no  decorrer  de  nossa  vida.

Entendo  que  começamos  a  nos convencer  de  que  estamos   realmente   envelhecendo  a  partir do  momento   em que, durante   o  decorrer de uma  animada  conversa, enfocando  fatos  há  muito  tempo  decorridos,  frisamos   a  frase:  “No meu tempo…”.

Essa  evolução  cognitiva  e  intelectiva,  no  somatório do  tempo  e  na   contagem  dos   dias  vividos   deve  ser  precedida   por  uma espécie  de alumbramento  cotidiano  das  virtudes  cristãs, evitando,  assim,  um  vir-a-ser    pleno   de  obstáculos  e  dificuldades.  Nesse  desiderato da longa  estrada  percorrida  reside  a   certeza inexpugnável  de  que  a vida  é  uma  escola  em  que, às  vezes,  o  Professor  Senhor  Tempo  bate com  tanta  força  que  ameaça  romper  os liames  da  resistência.

É  dentro  dos   princípios  da  razoabilidade  e   do  bom  senso    que  devemos romper   os  grilhões   que  nos  amarram à  estreita   mentalidade do  nosso  tempo  passado.   Devemos  ficar  atentos  para  não  esquecermos, também, de  nos  vigiarmos, para   nos impormos   limites   aos nossos  pretensiosismos  e  devaneios   sentimentais.

Quando  alcançamos  o  patamar  de  meio  século  de  vida  bem  vivida,  geralmente   chegamos  à  conclusão   de  que   a  felicidade  total  e plena  não  existe.  Há  sempre  uma   lacuna  no  contexto  de   que   ser  feliz  é  ter  tudo  que  se  quer  ao  mesmo  tempo  –  à  tempo  e  à   hora.

Aos  nossos  passos   devemos  imprimir  as  marcas   do  nosso  ego,  em que  as  virtudes  superem  os  nossos   defeitos  em  larga  escala. Sintetizemos  os  caminhos   a  serem   percorridos,  através  das  paralelas  das   diligentes   e  imperiosas   discrição,  modéstia  e  fé.

Nesse  mister, a  honradez  e  a  dignidade  constituirão  o  estandarte  a  ser  conduzido   bem  alto,  para   ser  triunfalmente  fixado  no   umbral do   Templo   do  Senhor  Tempo.  Nos  anais  hão  de  constar   a  fiel  descrição  do  caráter  virtuoso, norteador  indispensável   para  o enfrentamento  e  resolução dos  desafios  do  cotidiano, onde  o  antagonista   sempre    traz  na  boca  o   gosto  do  sangue  e  o  bote   certeiro da  traição.

Há  uma  grande  virtude,  que  respalda  a   modalidade    conservadora  no   pensar  e  no  agir   –   a  conduta   retilínea  no  cumprimento  e  exigência  da  verdade  como  fator  indutivo   de  confiabilidade  pessoal  e  profissional.   Os  nossos  pais  e  avós  há  muito  já  diziam  que  quem  mente   rouba é  capaz  de  praticar   todo  tipo  de  vilania, perfídia  e  leviandades, magináveis  e  imagináveis.

Assombra-me  o  fato   de   que  o   mentiroso  sempre  acha  que  ninguém  checará  a   história   divorciada  da  realidade.

Patologia? Desespero? Desfaçatez?

Geralmente,  se  for  confrontado,  tentará  alguma   manobra  diversionista  do  tipo   “Me  entenderam  mal”.  Típico  de  pessoa   bipolar,  de temperamento  instável, colecionadora    de  atitudes questionáveis   e  nada  recomendáveis.

Longe  de  mim   o  querer   imputar-me  como  cultor  do  puritanismo.   Na   ruidosa   agitação  do  dia-a-dia,  prefiro  fazer   valer  a  máxima do  grande  Machado  de  Assis:

– De  médico, poeta  e  louco, todos  nós  temos  um  pouco.

Inté  mais  ver.

Marcos Pinto é advogado e escritor

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    “Geralmente, se for confrontado, tentará alguma manobra diversionista do tipo “Me entenderam mal”. Típico de pessoa bipolar, de temperamento instável, colecionadora de atitudes questionáveis e nada recomendáveis.”
    Outra frase que este tipo de gente costuma usar é EU NÃO ME LEMBRO.
    Presenciam um fato, uma conversa, mas na hora de testemunharem, POR COVARDIA, costumam dizer EU NÃO ME LEMBRO.
    Sempre foi e sempre será assim. O ser humano, de todos os animais é o que começa a feder mais cedo após a morte. E isto acontece por sua gigantesca podridão.
    Parabéns pelo brilhante texto.
    /////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS A QUALQUER INSTANTE.
    O PROCESSO CUNHA/HENRIQUE ALVES SERÁ JULGADO A QUALQUER INSTANTE.
    FAÇA SUA APOSTA E NÃO SE ESQUEÇA DE DEIXAR PROCURAÇÃO PARA QUE SEU NETO RECEBA A APOSTA CASO VOCÊ SEJA O VENCEDOR.

  2. Marcos Pinto. diz:

    Obrigadooo nobre amigo Inácio, por seu bondoso referencial às escaramuças reflexivas feitas por esse aruá de pé de serra, metido a sebo. Aproveito o ensejo para cobrar-lhe a publicação dos seus artigos nesse democrático espaço. Vamos explorar nosso bestunto enquanto a senilidade não se manifestem. Aproveitemos, também, enquanto temos carne nas calipígias, que nos permita sentar durante demorado tempo, para escrevinhar nossos despretensiosos artigos. Abraçaço.

  3. naide maria rosado de souza diz:

    Muito bom! Há alguns domingos, descobri aqui que sou idosa. Nem tinha notado.Tudo por conta de François Silvestre e da Praça Craveiro Lopes.

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