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domingo - 05/03/2017 - 07:45h

O ‘retrovisor’ não pode ser projeto de gestão

Por Gutemberg Dias

Passado o Carnaval, a maior festa popular brasileira, diz o ditado “que o ano começa”. Nessa linha de pensamento, muita coisa tende a acontecer após esse período, principalmente, a retomada das ações governamentais que, geralmente, ficam em letargia até o período carnavalesco, sobretudo, em ano pós-eleitoral.

Para os que foram eleitos em 2016, dois meses de mandato já foram consumidos. A maioria usou o período pré-carnaval para enfatizar o momento de crise e passar, por vezes, desapercebido no meio do caos político que vive o Brasil.

Mas, o Carnaval passou e o povo já não tem mais a expectativa de uma grande festa para esquecer os problemas do cotidiano. Agora é hora dos gestores públicos colocarem suas equipes para pensar, bem como,  aproveitar o batalhão de comissionados e servidores para trabalhar dentro de um planejamento que gere resultados concretos à sociedade.

Não cabe a partir de agora o discurso do “retrovisor”, ou seja, quem está dirigindo a máquina administrativa no momento foi eleito no pleito passado. Dessa forma, ao assumirem os respectivos mandatos, também, assumiram o passivo das gestões passadas e as resoluções dos problemas passaram a ser deles.

No Brasil, se tornou comum o gestor que assume o executivo debitar as dívidas herdadas ao seu antecessor e, simplesmente, fazer de conta que o passado não faz parte do presente. Nessa batida, inicia a gestão tentando pagar “em dia” os salários dos servidores e tentando arrumações que deem maior visibilidade.

Porém, esquece, o astuto gestor, que a prefeitura é impessoal e os problemas herdados passam a ser da nova gestão.

Claro que isso não é uma regra geral. Têm gestores que encaram os problemas e imprimem um ritmo administrativo que, às vezes, o caos do passado é engolido pelas ações proativas posta em marcha na nova gestão. Esses são os verdadeiros executivos, pessoas que pensam o público com visão estratégica e forte convicção no cuidado da coisa pública.

Os bons gestores não fazem pirotecnia de suas façanhas. Geralmente, mostram o que fazem de forma natural e deixam o povo decidir se foram ações corretas e de resultado para a coletividade.

Hoje com a velocidade da informação, que é mais ágil que rastilho de pólvora no mundo das redes sociais, a fama ou a desgraça de um gestor público toma rumos inacreditáveis se comparado ao passado recente.

Com tudo o que estamos passando, está chegando a hora do “político gestor” assumir o papel no lugar do “político” nesse novo mundo que vivemos. Os problemas são recorrentes, assim como muitos gestores, que infelizmente reassumem mandatos que já nascem fadados à mesmice.

A sociedade quer ação efetiva que se reverta em melhoria palpável nos serviços públicos que são acessados pela grande massa de gente. Nesse compasso é que os novos gestores precisam ter consciência que antes de serem políticos precisam ser “políticos gestores”.

O que posso dizer, aos que usaram parte de seu precioso tempo para ler esse artigo, é que não têm segredo em gerir quando se tem propósito e, sobretudo, convicção que sua contribuição é mais um tijolo na estrutura do processo construtivo de uma máquina publica eternamente em construção.

Gutemberg Dias é dirigente da Redepetro e ex-candidato a prefeito de Mossoró

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Meu Caro Gutemberg Dias, gestão administrativa, sobretudo no que diz respeito à coisa pública, compreende substancialmente, não só conhecê-la do ponto de vista técnico, mais ainda, democraticamente operacionalizá-la, de modo a se desvencilhar das históricas e atávicas amarras políticas e culturais, as quais, no mais das vezes, sempre levam os administradores tradicionais ao cadafalso da deliberada confusão entre o público e o privado.

    Infelizmente, grande parte da cultura política e administrativa que vige nos caminhos e descaminhos das hostes executivas, sobretudo estaduais e municipais, na prática, permanecem como se estívessimos em pleno periodo das capitânias hereditárias.

    O governo da ROSA ROSADUS (NA INDISFARÇÁVEL TENTATIVA DE ETERNIZAR A OLIGARQUIA E SEU PODER FAMILIAR, QUANDO DO INSOFISMÁVEL NEPOTISMO E COMPADRIO COMO FORMA E MODO DE GOVERNAR), bem demonstra o quão ainda teremos que caminhar como cidadão e eleitor, do ponto de vista político e cultural, no sentido de fazer e trazer ao esteio da representação politica menos escambo e corrupção, e, mais capacidade de enxergar o impessoal, o coletivo e o inclusivo na sagrada e insubstituível hora do voto.

    Parabéns pela brilhante análise/artigo, o qual, infelizmente no conjunto da sociedade que permeia e vivifica as relações socias e políticas do país de Mossoró, poucos lerão, e mais ainda, poucos terão à devida capacidade em assimilar e compreendê-lo.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

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