O procedimento é algo decorrente de investigações denominadas de "Operação Sal Grosso".
O trabalho veio à tona no dia 14 de novembro do ano passado, com mandados de busca e apreensão sendo cumpridos até na sede da Câmara Municipal. Veja abaixo a primeira parte da entrevista que o promotor concedeu com exclusividade ao semanário Jornal Página Certa:
Página Certa – Como andam os trabalhos de investigação da "Operação Sal Grosso"?
Eduardo Medeiros Cavalcanti – Primeiramente, gostaria de esclarecer que os mandados de busca e apreensão, feitos em 14 de novembro de 2007, se devem ao inÃcio das investigações – que tiveram como causa os fortes indÃcios de denúncias de irregularidades, que já vinham sendo rastreadas, nos diversos setores da Câmara Municipal de Mossoró. Depois da apreensão dos documentos, o Ministério Público levou cerca de três meses se defendendo da Câmara e de outras instituições. Nesse Ãnterim, tivemos que nos dedicar também à compilação de dados e informações, copiando documento e arquivos de computadores (42 CPUs) para devolução dos mesmos, o mais rapidamente possÃvel, com o intuito de não atrapalhar a rotina da Câmara.
JPC – Quando começou efetivamente a investigação?
EMC – As análises dos documentos só tiveram inÃcio a partir do final do mês de fevereiro deste ano, quando conseguimos reunir uma equipe de profissionais qualificados para dar inÃcio ao trabalho pericial e cruzamento de informações. É importante ressaltar que a Operação Sal Grosso é muito mais complexa do que as recentes operações Impacto (que apura fraudes na Câmara de Natal) e HÃgia (que investiga crimes de licitações fraudulentas em setores do governo do Estado). Isso porque a Câmara de Mossoró tem vÃcios que remontam décadas.
JPC – Qual o perÃodo que está sendo investigado?
EMC – Estamos fazendo um levantamento minucioso de tudo o que aconteceu na Câmara nos exercÃcios de 2005, 2006 e 2007, que vão desde análise de extratos bancários, folhas de pagamentos, compras e contratações de serviços, licitações, dentre outros procedimentos administrativos não menos importantes. Para isso é necessário um corpo técnico de profissionais especializados, que está trabalhando em ritmo acelerado, inclusive, aos sábados.
JPC – A investigação vai ficar restrita apenas a esses exercÃcios?
EMC – Não. Essa é a primeira etapa que estamos perto de concluir. A investigação não se limita apenas a esse perÃodo que está sendo investigado. Com certeza, numa segunda fase a investigação deverá retroagir a exercÃcios anteriores e posteriores, como é o caso do atual exercÃcio de 2008.
Aguarde. Em poucos minutos vou postar a segunda parte da entrevista.
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