• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
terça-feira - 29/11/2016 - 13:52h
#ForçaChape

Por quê?

Um constatação óbvia: Há horas não posto nada nesta página!

Uma confissão: senti a dor coletiva de uma notícia que me alcançou ainda à madrugada de hoje (veja AQUI ou em postagem mais abaixo), com acidente aéreo envolvendo time de futebol da distante Chapecó (Santa Catarina).

No avião que transportava a Chapecoense para jogo decisivo na Colômbia, também tínhamos vários jornalistas, dirigentes do clube etc.

Nenhum deles eu conhecia, que se diga.

Com certeza, não lembro de ter interpelado qualquer um ao longo de minha vida. Nunca acenei com um convencional “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”.

Meio grogue, retorno à lide, para fazer o que me toma de paixão, meu ofício; cumprir a obrigação diária que não me causa fadiga: escrever, escrever, escrever.

Os mortos, quase 80, têm meu sentimento de comoção espontânea, de oração tímida com o pouco que aprendi a balbuciar desde criança em súplica a Deus.

Com certeza não é muito nem deve ter maior valia para seus familiares e amigos.

Mas cá, dessa lonjura, é o que confesso sentir e ter a ofertar.

Mas o que mexe comigo mesmo não é a impactante dor coletiva, mas aquela tragédia particular que envolve filhos, esposas, irmãos, pais, mães, aqueles bebês que ainda vão nascer.

Muitos perguntam: por quê?

Juro que não sei explicar. Nem vou me fechar, absorto, à reflexão.

Eu não sei o porquê da tragédia coletiva, mas sei que um monte de novas histórias começam a se desenhar a partir de agora. O ponto de partida é o que ficou para trás, na distante Colômbia.

Novo gênesis. Sem porquês!

#ForçaChape

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Categoria(s): Crônica / Esporte

Comentários

  1. PAULO ROBERTO DANTAS PINTO dantas pinto diz:

    Bem forte/bem dito/bem bonito…
    Bem vc….
    #forçachape

  2. Faustino diz:

    Realmente não temos palavras para expressar nossos sentimentos. Aos familiares, amigos, torcida e admiradores do Chapecoense, meu respeito e oração neste momento de dor. Descansem em paz.

  3. naide maria rosado de souza diz:

    Texto emocionado. Belo. Não precisa ficar absorto, em reflexão. Posso , num impulso verdadeiro, tentar lhe explicar o porquê. Não que eu seja mestra no assunto, mas a verdade é que os que partiram, independentemente de nossas crenças, com certeza, apenas deixaram o mundo. Agora, caro jornalista Carlos Santos, os que ficaram, os que ficaram estão sofrendo muito. É dor imensa. Insuportável. Houve muita inversão na ordem natural da vida.
    Dia muito triste, assistindo atletas tão fortes, craques, serem arrebatados da vida de forma tão dramática. Chorei muito vendo a mãe de Danilo, o goleiro, na expectativa de saber se o filho estava vivo ou morto. Senhor, vinde correndo sustentar esta mãe.
    Há hipóteses sobre o final da vida. Há quem diga que é melhor do que nascer. Há quem acredite no retorno, após uma purificação. Há quem creia que nos encontraremos todos, após nossas partidas. Há quem defenda, simplesmente, o fim de tudo.
    Não posso apontar como certa nenhuma dessas teorias, mas afirmo que se houver uma ordem na partida de minha família, que eu seja a primeira. Não temo o que vou encontrar. Meu temor é ficar.
    Lamento pelos jovens jogadores, pelos repórteres, por todos. E, me pego implorando que a opção verdadeira seja o reencontro. Pensando assim talvez todos os que ficaram aguentem o amanhecer.

  4. Elves Alves diz:

    Que as perdas são lamentáveis, não se discute. Mas o ‘jeitinho brasileiro’ mata muito mais – e sem trégua – em hospitais públicos, nas ruas e estradas do país do que numa eventual queda de aeronave desautorizada pela Anac. Deploravelmente, muitas milhares de vidas humanas ainda serão debitadas ao nosso hábito ancestral em driblar normas e leis.

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