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quarta-feira - 14/06/2017 - 09:04h
Sucessão 2018

Robinson baixa decreto que fortalece projeto político de Julianne

Decreto transfere da Ematar para pasta da primeira-dama mais recursos e poder político-eleitoral

Passou despercebido a muita gente, não ao Blog, decisão  administrativa que deverá ter considerável desdobramento político no âmbito do governismo estadual. O governador Robinson Faria (PSD) transferiu à Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS) as atribuições referentes ao Programa do Leite Potiguar (PLP).

Para quem não sabe ou, não lembra, a primeira-dama Julianne Faria (PSD) é a titular da Sethas, que se transformou numa super-secretaria, dando-lhe múltiplos meios assistenciais e financeiros para projeção político-pessoal. E nada é por acaso.

Robinson poderá se desincompatibilizar do cargo para abrir caminho para a mulher e super-secretária (Foto: Web)

O decreto do último dia 9 determina que “ficam transferidas para a Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS) a gestão, supervisão e execução do Programa do Leite Potiguar (PLP).” Esse programa tem enorme capilaridade financeiro-social, que pode ser convertida em votos.

Antes, eram competências atribuídas ao Instituto de Assistência Técnica Extensão Rural (EMATER), pelo Decreto Estadual nº 25.447, de 19 de agosto de 2015.

“Os procedimentos licitatórios em andamento, bem como os contratos administrativos firmados pela Emater, no âmbito do PLP, ficam transferidos à Sethas”. Da mesma forma, a Sethas passa a ser a responsável financeira pela execução do Programa, sublinha o mesmo decreto.

Desincompatibilização

Julianne paulatinamente tem sua imagem projetada em sobreposição ao do marido e governador que enfrenta desgaste corrosivo, credenciando-se para ser opção à sua substituição em eventual projeto eleitoral em 2018.

Como isso é ou será possível?

Para que Julianne seja candidata ao próprio governo estadual no próximo ano, Robinson Faria precisará utilizar o instituto da desincompatibilização do cargo – seis meses antes do pleito. Ela, assim, estará apta a ser a candidata do governismo, com a ascensão do vice Fábio Dantas (PCdoB), vice-governador, à governadoria.

É improvável, nesse desenho de cenário político para o próximo ano, que o próprio Robinson fique de fora da peleja eleitoral. Daí, sua habilitação a retorno confortável à Assembleia Legislativa, onde esteve por seis mandatos.

Nessa conjectura que é feita no núcleo fechado do seu grupo, ele poderia contribuir à formação de maior bancada parlamentar.

“Bela, recatada, do lar,” proativa

Julianne Faria tem carisma, luz própria e ascendência sobre Robinson Faria, bacharel em direito como ela. Não faz o tipo mulher-adorno: “bela, recatada e do lar”. É figura proativa, sempre ouvida pelo marido-governador e que em muitos momentos faz pontificar sua vontade.

Há tempos assumiu não apenas burocraticamente a pasta da Sethas, mas principalmente de forma política, tomando decisões que vão além do ramerrame técnico da secretaria.

É o nome de Robinson, caso ele enxergue maiores dificuldades do que as já existentes,  para catapultar outra vez seu nome ao governo estadual. É Julianne!

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Categoria(s): Política / Reportagem Especial

Comentários

  1. naide maria rosado de souza diz:

    Governador amplia atribuições á sua mulher.Tal ato pode advir de alguns fatores: ou ela é a mais competente entre todos os secretários, ou ela é hiperativa e pode dar conta de tantas atribuições, ou ela foi marcada com a estrela que indica estar entre os candidatos a governador do estado nas próximas eleições. A “seta” aponta, de fato, para o último fator.

  2. Luiz Aurelio diz:

    E quem vai continuar fingindo que fiscaliza?

  3. François Silvestre diz:

    E você, minha cara e dileta Naide, ainda questionou: “Não sei da oligarquia de Robinson”.

  4. João Claudio diz:

    Nem uma coisa e nem outra, prezada Naide.

    É que em politica, em primeiro lugar estão os voto do eleitores (apenas o voto lhes interessa).

    Depois de recebidos os votos e estando no poder, é chegada a vez ”dos de casa”.

    Portanto, chegando ao poder, a ordem é ”se arrumá” e ”arruma” os familiares. O resto é conversa de bebum.

    Mas, há quem pergunte:

    – O governador é rico, nasceu em berço de ouro.

    Resposta:

    – Quanto mais se tem, mais se quer ganhar.

  5. François Silvestre diz:

    Numa coisa se faça justiça, casal nenhum ri tanto e tão alegre, no meio de tanto desgaste, quanto esse. Rico ri à toa, dentro e fora do berço de ouro. E quem for da manjedoura que espere os Reis Magos, numa aparição da “papa-ceia”, que nem estrela é. É o planeta Vênus, estrela Dalva da madrugada e papa-ceia do entardecer. Elefante de Troia.

  6. Vicente diz:

    É a versão potiguar de House of Cards, “Robinson Frank Underwood Faria” passando o bastão pra “Juliane Claire Underwood Faria”. O problema é que Robinson não é tão esperto quanto o personagem da ficção. Eis o governador mostrando cada vez mais que nasceu mesmo é pra ser vice. Você só esqueceu de um detalhe, Carlos: saindo da governadoria para a assembleia o governador também se livra de um julgamento originário no STJ, e passaria a ser julgado inicialmente pelo TJ, como deputado, das estripulias que, junto com o filho, armou para chegar ao governo. Isso tudo nas palavras do delator da JBS, claro. E aqui no TJ, pelo menos até hoje, o Direito parece que é outro.

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