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segunda-feira - 31/10/2016 - 09:38h
Eleições 2016

Urnas derrotam PT e exigem atenção redobrada dos vencedores

Quando as urnas falam, a gente se cala” (Leonel Brizola)

“O PT é o partido que sofreu a maior derrota nessas eleições”. A assertiva foi disparada por alguém muito credenciado para falar sobre política, eleições e o próprio PT.

Foi emitida pelo médico e deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), em entrevista madura ao canal Band News, à noite desse domingo (30).

De fato, os números são incontestáveis e duros ao final dos dois turnos das eleições 2016 no país. O PT tinha 638 Prefeituras espalhadas pelo Brasil antes dos pleitos. Termina com 234, inclusive sem nenhuma no ABCD paulista, onde nasceu.

O PT encolheu também nas câmaras municipais (veja AQUI desempenho de todos os partidos no país). O partido teve perda percentual de 45,8%: foram 5.185 parlamentares eleitos em 2012 e em 2016 caiu para 2.808.

O momento é de freio de arrumação, autocrítica, repensar o que fez de certo e bobagens. Ver o futuro. Parar de se sustentar no surrado discurso maniqueísta e marxista de direita contra esquerda, de transferir culpa “à mídia golpista”, do “Fora, Temer” (reprovado nas urnas) etc.

Euforia e salvo-conduto

Aos vencedores cabe a euforia da vitória, mas ninguém ganhou salvo-conduto para repetir ou alargar os erros do petismo e seus colegas de poder em mais de 13 anos de aboletados no Planalto e Esplanada dos Ministérios. O voto é um ativo muito volátil (veja AQUI).

É muito simplista, inocente mesmo, se avaliar que houve vitória de direita contra a esquerda nas eleições. Ou Atlético x Cruzeiro em Belô, onde Alexandre Kalil (PHS), ex-presidente do Atlético Mineiro, superou adversários e derrotou forças políticas tradicionais, como do senador Aécio Neves (PSDB).

Eleitor segue movimento pendular. Tenta se situar avaliando seu bolso e valores morais dos políticos, por exemplo. Votou no que considerou menos ruim e pronto.

Outra multidão, desencantada, preferiu se abster ou votar branco ou nulo. Em sua visão, tudo não passa de “farinha do mesmo saco”. Puro lixo. Nunca tivemos tantos votos com essas configurações como nas eleições de 2016. Exemplo: Rio de Janeiro.

As abstenções na Cidade Maravilhosa superaram a votação do segundo colocado, Marcelo Freixo (PSOL). Ele empalmou 1.163.662 (40,64%) e 1.314.950 (26,85%) foram os eleitores que não compareceram às urnas.

A soma de Brancos + nulos + abstenções totalizou 2.034.352 de votos. O eleito, senador Marcelo Crivella (PRB), amealhou 1.700.030 (59,36% dos votos válidos).

Há um desalento com a política e com a classe política. Isso é nítido demais. A repulsa popular mais notória é ao PT, grande perdedor – como bem definiu o deputado Chinaglia, mas os grandes vencedores que se cuidem. O próprio PT está acanhado, camuflando sua identidade como se fosse um pária partidário.

Na campanha eleitoral deste ano, vários candidatos do PT dissimularam símbolos como a cor vermelha e a estrela solitária (veja AQUI), temendo maiores prejuízos eleitorais.

Daqui a dois anos, teremos o primeiro teste com os eleitos de 2016, com os partidos vitoriosos deste ano. Serão feitas eleições para deputado estadual, deputado federal, governador e presidente da República.

O movimento pendular poderá continuar fazendo estragos. O PT foi “executado” em 2016. Mas amanhã poderão ser outros partidos e personagens. Os próximos meses e anos formatarão a vontade popular.

Vejo assim.

* Veja também: PMDB elege maior número de prefeitos e vereadores no primeiro turno (AQUI);

* Veja também: Todos os votos do primeiro turno no país – para prefeito e vereador (AQUI);

* Veja também: Todos os eleitos nas capitais no 2º Turno e o perfil de cada um (AQUI);

* Veja também: Apuração para prefeito no 2º Turno em todos os 57 municípios que tiveram o pleito (AQUI).

Acompanhe o Blog Carlos Santos pelo Twitter clicando AQUI.

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Categoria(s): Eleições 2016 / Política

Comentários

  1. naide maria rosado de souza diz:

    Vê muito bem, Jornalista Carlos Santos. Poderemos visualizar sinal de vitória só daqui a dois anos. Com sorte, enxergaremos alguma melhoria antes disso. Se vier de boa estrela. Tomei a minha injeção de Benzetacil, como eleitora no Rio de Janeiro.

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